Fabianices - um jeito peculiar de ser


Nessa edição do Bloguinho vocês vão poder acompanhar e se deliciar com a história dessa mulher linda e brilhante que é a escritora Fabiana Rongo.

Contada por ela mesma, terão o prazer de entrar em contato com o seu universo, e ainda conhecer um pouco da sua peculiar obra literária – Fabianices.




Sou a filha caçula, de três meninas, de um imigrante italiano e uma brasileira (filha de imigrantes espanhóis). Nasci numa fase em que meus pais já estavam com a vida financeira mais confortável e nunca me faltou afeto e bens materiais. Fui mimada, mas sempre me ensinaram que do lado de fora do meu castelo a vida não era cor-de-rosa e o mundo era muito injusto. Cresci com consciência de classe e sabendo que já larguei muitos quilômetros a frente da maioria nessa loucura chamada vida. Entendi desde sempre que, infelizmente, nem todos que vão à luta vencem. Que minha condição privilegiada deveria me dar voz e ação e jamais egoísmo.

Para encurtar uma história de 46 anos, passei literalmente das mãos do pai para as mãos do marido aos 21 anos de idade quando resolvi, por teimosia, casar. Fui viver meu sonho de princesa, com direito a Lua de Mel na Itália e depois brincar de casinha.

Parei de trabalhar por opção e fiquei 11 anos longe do mundo corporativo. Sou formada em Turismo e soquei o diploma no fundo de uma gaveta qualquer, nunca exerci a profissão. Meu marido era empresário e financeiramente a vida estava quase na paz. Após 8 anos de casada, resolvi ser mãe e o Pietro chegou ao mundo. Depois de 14 anos, eu então com 35, veio o divórcio. A traição foi o golpe de misericórdia num casamento já na UTI. Ele me traiu com uma vizinha e “amiga”. Uma novela mexicana que merece um capítulo a parte. Aliás, esse capítulo existe no meu livro e chama “E tinha uma vizinha canalha no meu caminho”.

Daí veio a grande virada da minha vida. Eu nunca tinha sido “adulta”. Eu sempre fui cuidada por todos, nunca precisei lutar por nada, tudo sempre foi me dado e eu sempre aceitei comodamente essa condição. Agora, era uma questão de honra me virar, mesmo jamais sendo desamparada. Se a vida estava me dando aqueles limões, era hora de converter aquela bagunça toda e a dor em algo bom. Depois de um período bem conturbado e totalmente perdida, puxei o fio da meada e fui de peito aberto. E não é que me encontrei?

Isso tudo faz 11 anos e posso afirmar que sou realizada e infinitamente mais feliz. Pietro está com 17 anos e é um cara incrível. Moramos eu, ele e a Lola (a gata). Encontrei pessoas bacanas que me empregaram, mesmo com um currículo tão defasado, e que me ensinaram uma nova profissão. Hoje sou Executiva de Contas, atuo no mercado financeiro e sou totalmente independente financeiramente. Uma profissão muito racional para uma pisciana tão pisciana quanto eu. Resolvi que colocaria em prática tudo aquilo que existia dentro de mim e eu deixava adormecido. Voltei a dançar, grande paixão da minha vida, e escolhi o flamenco para esse retorno, há 8 anos. O ballet clássico, que por fiz muitos anos, já não se encaixava nas limitações do meu corpo sedentário. Dei voz à escritora que sempre fui, desde criança, mas não praticava. Primeiro criei um blog, do blog surgiu um primeiro livro, e o segundo está no forno, em fase de revisão.



No meio dessa bagunça toda, não me abandonei como mulher e me permiti desfrutar boas e deliciosas histórias. De uma noite a alguns meses todos foram importantes. Nenhum deles chegou para ficar, mas me ensinaram muito. Cada um tem seu caquinho no mosaico que compõe a minha vida. Meu amor-próprio sempre foi meu guia, mesmo diante de um marido justificando sua traição, dizendo: “Te traí porque você não estava sendo mulher para mim.” CAGUEI! Não engoli esse veneno, essa culpa não me cabia.

 

Acompanhem o trecho de introdução do seu livro Fabianices que estou doida pra ler.


 

Nesses meus 43 anos de existência, fui me entendendo, me aplaudindo, me vaiando, me perdoando e me construindo. Assim foi nascendo Fabianices, aquele meu jeitinho particular e peculiar de ser. Todos têm o seu, e apenas batizei o meu.

Fabianices é meu modo de existir, agir, viver e olhar o mundo.

Este livro não poderia ter outro nome, já que ele é reflexo de tudo que sou, penso, sinto e transbordo.

Durante um ano e meio, escrevi em Um Encontro Com a Fabi, um blog improvisado e um tanto artesanal, mas que virou meu xodó e meu canal de comunicação com os leitores.

Depositei ali todas as minhas percepções, reflexões, angústias, filosofias, viagens, assim como meus sonhos e devaneios.

Desnudei minha alma pisciana. Preenchi as “páginas” de Fabianices.

O universo me desafiou a dar um passo um pouco maior. A ideia de um livro a partir dos textos do blog foi amadurecendo com o incentivo de vocês e mudou o status de sonho para realidade. Um Encontro com a Fabi cresceu tanto que se transformou. Minha lagartinha virou essa borboleta, e Fabianices está pronto para voar. É com muita alegria e carinho que os convido para este voo junto comigo.

Obrigada! Boa leitura!












 

 

 

 

 

 

Comentários

  1. Bela história de uma linda mulher... Um livro que está na lista dos que quero ler.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom que gostou, grata pelo carinho, tbm quero ler o livro da Fabiana.

      Excluir
  2. Uma história de vida rica....deve ter muito a dizer

    ResponderExcluir
  3. Ótima matéria. Achei um absurdo a justificativa do marido para a traição. Mas as pessoas são assim. Fazer o que , né?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Infelizmente existe pessoas assim... Obrigada pela interação, meu querido.

      Excluir
  4. Que história interessante, que texto gostoso!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Retrato pra fechar ciclos

Sim, eu queria ser o “Magaiver”

Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos!