Parceria poética que encanta

Essa edição do nosso blog volta a exibir seus costumeiros poemas. Hoje vocês irão se encantar com o declamador, Carlos Holanda Oliveira e suas declamações. 

Os poemas são do nosso já conhecido aqui do Blog, o poeta João Batista do Carmo (ver matérias anteriores).

Carlos é funcionário público do judiciário do Estado do Ceará. 

Formado em Letras sempre gostou de leitura e de às vezes declamar poemas de autores famosos como Cecília Meireles, Carlos Drummond, dentre outros, cujas poesias ainda tem algumas guardadas em fitas cassete. Também fez curso de pós-graduação em História do Brasil e Ensino de Língua Inglesa.

Quando criança era apaixonado por gibis e amava desenhar, tendo feito vários cursos de correspondência.

Desta parceria com João Batista, Carlos tem vários poemas publicados em aplicativos de música e podcasts, sendo SPOTFY o mais conhecido.

Ouça e confira no link abaixo os poemas – Minha Amiga e Caminhante. O primeiro, o poeta fez uma releitura de um poema de Rose Bitencourt, essa blogueira aqui que vos fala. E ficou como eu mesma disse, melhor ainda que o original. 

E de brinde você também poderá ouvir a declamação de um poema do grande Mário Quintana. 

Aprecie esse deleite!

Poema MINHA AMIGA

Poema CAMINHANTE

Poema A VIDA

Minha Amiga 

Gosto das coisas simples da vida

Como coisas que tocam o coração 

Uma aventura bem vivida

Um bichinho meigo, de estimação.

Uma companhia para papear 

Como a candura mágica da neve

Tornar calmo com onda do mar

A fazer nossos dias mais leve.

Um bom e marcante chimarrão 

É um convite? 

Hum nada mal 

Que bom sentir esta emoção

Deitado na varanda no quintal.

Não preciso de muito para viver bem

A vida é um intenso vai e vem 

Embora nas horas destes dias terríveis

Nos acompanhe as dores invisíveis. 

Vivemos controverso amanhecer 

Torcendo pelo simples caminhar

Nos marcam o ver gente perecer 

Não é aceitável ver gente se findar.

São tempos amargos e sombrios

Que queremos, urgente apagar

Estas incertezas causam arrepios 

Findados com o sono a luz do luar.

Sou um misero ser a pensar

Um poeta da composição secular 

Que prefere, no silêncio se rebelar 

Pois na vida, não me custa amar.

João Batista do Carmo

Caminhante

Ser bi sexual. Hora homem ora mulher. Hora adulto, ora criança.

Hora cauteloso, ora ousado. Caminhando no horizonte, 

paira com seu caminhar indolente. 

Com a hábil desenvoltura entre o céu e o inferno. Impondo seu universo imaginário. Buscando no nada aparente, suas conquistas, seus objetivos.

Despreza o tempo e todas as coisas que possam limitar seus passos e sonhos.

Caminha pelo desconhecido com tamanha intimidade; que enche de emoção os olhares desavisados. No seu caminhar nômade, habita cenários idílicos e trágicos, interagindo com os mesmos, de forma indiferente e singular.

Não exige, não cobra, não reivindica nada além do consentimento para a passagem silenciosa e resoluta. Respondendo aos cumprimentos, tece poucas palavras, na imensidão dos passos silentes.

Caminha rumo ao infinito, levando consigo apenas seus passos e desejos. E a ousadia dos infinitos

Expectadores, que tomados pelo viver social, vivem no lamaçal da inércia material. Sonhando com um mundo melhor, mas vivendo na mesmice modorrenta das muletas do vitimismo.

A vida é um ciclo, e para viver, caminhar é preciso.

João Batista do Carmo