A busca por visibilidade na publicação de livros em e-books
Escritor Fábio Ritter conta sua trajetória
O escritor convidado dessa semana para o nosso sofá virtual do Retratos da Alma, é uma pessoinha super especial. Por trazer à memória lembranças de um passado já quase distante no tempo, mas vivo e presente por aqueles que cruzaram a Unijuí – Campus Ijuí, no curso de Comunicação Social – Jornalismo. É meu querido amigo e colega, Fábio Ritter, ou Fabinho, para os íntimos. Para mim, apenas maninho, por conjugar de ideias semelhantes, por amar a arte das letras, por verter poesia entre os poros.
Sim, estamos falando de um escritor, que pode não ser tão
popular ainda, mas que vem buscando se destacar no meio literário, mais
precisamente virtual, com romances publicados em e-books, em plataformas
digitais.
Ele nos conta que já tinha ideia de histórias de ficção
desde bem cedo. Começou a escrever por volta de 1999, então com 20
anos, chegou a ganhar alguns concursos de conto regionais, nas Missões. “Mas
depois fui parando, conforme me formei, em 2002 e já passava o dia na redação
do jornal até de noite, entrevistando, escrevendo, fui perdendo a vontade de
escrever ficção em casa”. Vontade essa, que retornou com força total em 2016, quando
desempregado, voltou a mandar contos para concursos. Publicou seu um primeiro
livro como e-book, pela Amazon Kindle, chamado "A Tia".
Impossível contar a história dessa criaturinha, sem me intrometer,
pois esse ser que vos fala, lembra direitinho do dia, ou “suposto dia” da
formatura desse colega querido. Vocês não vão acreditar, mas eu fui sim ao
Campus, chegamos eu, marido (na época eu era casada) e filho para a solenidade
e, quem diz que havia um rica alma no local. Eu pensava, será que errei a hora?
Descemos do carro, ascendi um cigarrinho e fui dar uma olhada no convite. Havia
tido sim uma formatura, só que na noite anterior. Numa sexta-feira, e aquele
dia era sábado. O maninho queria me trucidar por tamanha bistontice, mas acabou
me perdoando no fim das contas, por minha confusão.
A vida nos separou da convivência, mas jamais a gente
esquece um amigo, que seja dos tempos da faculdade. Lembro de nós, no barzinho
do DCE, tomando umas biritas e falando da vida acadêmica, de relacionamentos,
família, amores impossíveis, lutas e reivindicações da nossa geração
universitária. É bom lembrar tudo isso, e ao mesmo tempo constatar que o tempo
passou, e passou rápido demais.
Mas sempre há tempo de resgatar, como agora falando sobre
nossos escritos, no caso, os seus, pois eu estou ainda engatinhando nesse
quesito publicações, lançamentos de obras literárias.
Já meu amigo, desde que se lançou nesse universo
de e-books, publicou quatro livros na Amazon e um no Sweek. Livro físico, ele diz que
ainda não conseguiu, porque não tem condições financeiras e até por que, acha questionável
pagar, se a obra for interessante, entende que uma editora pode bancar.
“Não julgo quem
paga, mas não adianta pagar pra ninguém ler”, argumenta ele, acrescentando que,
“se você publica numa editora que te cobra normalmente, ela não é muito
conhecida e no fim você tem que se virar pra vender os livros e acaba que
ninguém fora do seu circulo, lê”.
Então se você quiser conhecer o trabalho, a escrita
fabulosa de Fabio Ritter, está toda online, com exceção de alguns concursos que
foi classificado, em que possui contos publicados em coletâneas com os outros selecionados.
A sua dica para iniciantes, hoje em dia, é publicar em
e-books, pois tem uma saída boa e muito mais visibilidade. Ou seja, vai para
além dos parentes e amigos.
Só que tem muita coisa produzida, e é difícil se destacar
no meio de tantos. “Porque hoje é muito fácil publicar online. No caso da
Amazon é auto -publicação, você faz o cadastro, escolhe orçamentos e publica”,
informa Fabinho. O lado negativo é que a revisão fica por conta do escritor. Se
tiver erros que comprometam o trabalho, vai ter que se sujeitar assim mesmo. E
como ele mesmo conta, teve uma vez que alguém o detonou nas avaliações,
apontando erros. Ficou arrasado, mas lembra que a maioria lhe cobriu de
elogios.
Agora ele está aguardando para concorrer ao Prêmio
Kindle, que normalmente ocorre no mês de agosto. Mas talvez seja adiado por
causa da pandemia.
O livro está pronto esperando pra ser publicado, Fabinho
nos revela descontraído, que é sobre “bichas” gêmeas, que de certo modo é uma
homenagem às histórias de gêmeas que todos gostam, mas transposta pros gays.
Diz que tentou não ser caricato, mas que na história tem troca de identidade. E
garante que a história é contada de um jeito diferente.
Fabinho é natural da cidade gaúcha de Ijuí, morou mais de 20 anos em Santo Ângelo, mas já desembarcou suas malinhas em solo estrangeiro. Residiu por dois anos em
Londres, quando se inscreveu num programa de voluntariado para a África, sendo
que antes tinha que passar por um treinamento em terras da Rainha Elisabeth.
Atualmente vive com a família no litoral norte do Rio
Grande do Sul, em Xangrilá.
Na época em que esteve fora, conta que acabou desistindo
do programa, por desconfiar que havia algo suspeito na ONG e, por isso acabou
ficando esse tempo por lá. Em Londres foi faxineiro e atendente de Sandwuich bar. Foi pra lá em novembro de
2005 e voltou em Janeiro de 2008. Só voltou por que venceu seu segundo visto de
estudante, mas se arrepende, “devia ter ficado por lá até ser apanhado”. Embora
tenha sido uma experiência riquíssima, Fabinho diz que não tinha vontade de
escrever por lá, e passou vários anos adormecido como escritor, retomando a
atividade em 2016, quando ficou sabendo do concurso Kindle e resolveu escrever
um romance especialmente para esse fim.
“Eu já estava com a ideia e os personagens rondando a
cabeça, aí pus no papel, tava desempregado, de saco cheio em casa e resolvi
participar. Já foram quatro anos e estou tão desconhecido como no começo, mas
tudo bem, hehe, eu não vou desistir, por que gosto de escrever”. Ressalta nosso
tímido, porém bem humorado entrevistado, que já chegou até a pagar anúncio no
Facebook, sem alcançar muito êxito, por isso não recomenda. Ele acha que
consegue mais contato na troca de experiências com outros escritores, do que
com esse tipo de anúncio.
Os e-books do escritor Fábio Ritter são: A Tia (2016), Bicha Velha (2017), O Braço Direito da Perna Esquerda (2018) e Linha Explosiva (2019), esses pela Amazon Kindle. Pelo Sweek, com o romance Lehrerin, ganhou o concurso Sweek Stars 2018 de história mais popular. Esse, agora disponível no wattpad, que têm acesso gratuito, pelo link: https://my.w.tt/lZmqI8cTo7.
Veja agora a capa das principais obras de Fábio Ritter. Nem preciso
dizer que já é um convite pra conhecer seu trabalho nas plataformas digitais já
mencionadas.
Amei baixinha, bons tempos lembrados, ótimas memórias bjs :-*
ResponderExcluirEu amei mais ainda fazer essa matéria tão bacana maninho. É tudo tão vido e latente dentro da gente. Tu mora no meu coração pra sempre! Fiz um versinho kkkk
ExcluirMatéria maneira. Pelo visto, vida de escritor não é fácil. Que venham mais matérias!
ResponderExcluirValeu Dudu, não é fácil não, mas seguimos lutando. Obrigada pela participação de sempre aqui no Bloguinho.
ExcluirExcelente matéria. Uma "prosa" que prende a atenção até o final
ResponderExcluirObrigada, é muito gratificante o reconhecimento daquilo que fazemos com tanto zelo.
ExcluirSó para constar, dois dos meus e-book estão grátis até o dia 28, O Braço Direito da Perna Esquerda e Bicha Velha, numa ação de livros grátis de temática LGBT
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