A fotografia depende muito da bagagem cultural
Continuidade da matéria sobre fotografia com Carlos Eduardo Vaz
O nosso entrevistado conta que começou a se interessar pela mobigrafia, que em resumo é a fotografia por aparelho celular, por influência de outro fotógrafo que ele cita, Alexandre Eckert. Diz que no começo tinha até certa dificuldade em usar o aparelho como ferramenta para fotografar, mas que em muitas conversas com Eckert, acabou encontrando um sentido para fazer as imagens, mais no sentido da liberdade para criação.
Menciona que há pessoas que
estão fazendo até ensaios fotográficos com o celular, além de reportagens,
trabalhos autorais, de fotografia documental, sobre vários aspectos, enfim.
Mas,
no seu caso, o que mais interessa na mobigrafia, é o fato de poder manipular as
imagens, de fazer várias sobreposições de imagens. Ressalta, porém, que não se
trata simplesmente de amontoar uma fotografia na outra. “No momento em que
estou criando alguma coisa, com duas ou três fotografias, eu estou tentando
achar uma conexão entre elas; ou criar uma conexão que aparentemente não tem,
ou até mesmo, criar uma nova narrativa”. No entanto, para que isso tenha algum
sentido, ele salienta que é fundamental ter uma bagagem cultural.
Bagagem esta, que é de suma importância, como ele mesmo
reforça, para o exercício de qualquer profissão, ainda mais para quem vai
trabalhar com imagens, com fotografia.
“A minha fotografia são os filmes que eu vi, os livros
que eu li, as músicas que escutei, os lugares que eu fui, as pessoas que
conheci; as coisas todas que me influenciaram e influenciam na minha vida, a
família, os amigos, as coisas que foram positivas e também as negativas...”,
aponta Vaz, no seu entendimento de fotografia como resultado da bagagem de
conhecimentos de cada um.
Isso que faz a sua
fotografia, e não apenas a sua propriamente, mas a de todo mundo. É por isso,
acrescenta ele, que se colocar cinco ou seis pessoas pra fotografar num
determinado lugar, por mais chavão que pareça, cada pessoa vai fotografar de
maneira diferente. “Por que as coisas que me chamam atenção, podem não ser as
mesmas de uma outra pessoa, ou seja, pode - se estar num mesmo lugar e obter
fotografias bem diferentes”, destaca Vaz.
O nosso falante fotógrafo entrevistado para o Retratos da
Alma, se define como é possível notar, um apaixonado por fotografia. E pra
finalizar ele fala que desenvolveu uma linguagem com a fotografia digital – “As
pessoas até comentam que a minha fotografia é saturada de cor; eu digo que é
por essa que estou me interessando neste momento, o que não significa, que
daqui a pouco, eu vá fotografar só em preto e branco com mobigrafia”.
Vaz diz ainda, que acha interessante acompanhar as fases
do seu trabalho com fotografia, por que se assemelham muito com as fases da
vida de uma pessoa. “Ninguém no mundo fotografa melhor a minha vida do que eu
mesmo, ou deixa sua marca como pessoa e como fotógrafo – tu vai registrar
aquilo que tu vê, aquilo que tu sente”, finaliza ele.
Parabéns... 👏👏👏
ResponderExcluirObrigada Sil 💕
ExcluirManeiro...Sucinto e esclarecedor!
ResponderExcluirTambém gostei Dudu. Sempre grata pelo teu reconhecimento 💛
Excluir