Amarelinha chegou!!!

- agosto 19, 2020

Ouço o barulho de moto em frente da minha casa e já presumo que é o Carteiro. Minhas anteninhas ligadas pressentiram - É Amarelinha!

Meus olhos brilham, coração dispara por que é mesmo o Carteiro e vem trazendo um pacotinho. Assino o envelope pra ele registrar a entrega.

Nos últimos meses ele já está acostumado a trazer livros aqui pra casa, quando não é pra mim e para o Demian, meu filho que veio de Porto Alegre, passar a quarentena aqui em casa, por que está sem aulas presenciais na UFRGS.

Penso que o Carteiro deve ter constatado minha cara de felicidade ao receber os pacotinhos de livros, e a minha cara desapontada quando ele vem apenas deixar boletos e notificações do SPC/SERASA.

Agradeço a ele e dá vontade de dar um abraço, de tão feliz que fico, mas me contenho, até por que, estamos numa pandemia de Coronavirus, que já matou 111 mil pessoas e avança até na minha cidade. E também por que não sou tão íntima assim do carteiro e nem tão louca quanto eu pensava.

Vou pro meu quarto e quero contar pros gatinhos que Amarelinha chegou! Aí não sei se fico contemplando o pacotinho, ou se abro duma vez, mas cuidadosamente, afinal, naquele momento eu tenho dó de estragar até aquele papel pardo, que dá vontade de guardar no meu bauzinho de memórias.

Passam-se alguns segundos em que fico assim contemplativa e em seguida abro o pacote e pego o livro - EM NOSSA CIDADE AMARELINHA ERA SAPATA.

Gente que emoção! Vocês não têm ideia a lindeza que é esse livro! E mais, vem com um bloquinho coisa mais linda, um mimo pra gente se deliciar ainda mais com a leitura; fazer anotações das partes que achar mais interessantes dos contos da Marina Monteiro.

Essa escritora ímpar, que interage com a gente nas redes sociais, é uma amada, artista realmente incrível, como destaca Érica Castello Branco no comentário da orelha do livro.

Estou escrevendo isso, aqui como agradecimento a ti, Marina, pela dedicatória linda que escreveste pra mim e, pra dizer-lhe que sim, o livro já está me inspirando movimento, por que tão logo acabei de ler o primeiro conto "Na praia", eu percebi o quanto preciso me mexer pra ir em busca dos meus sonhos cada vez mais reais, mais concretos.

Eu A-D-O-R-E-I o conto inicial e tenho certeza que vou me encantar com todos os demais. Tu és uma escritora fascinante!

Já até escrevi no bloquinho personalizado, algumas anotações sobre o conto; senti o mesmo calafrio da personagem, até o gelo da "onda da Antártida, eu senti junto quando a Joana disse pra ela que tinha conhecido uma pessoa, "coisa de aplicativo", aquilo me pareceu familiar e é tão a gente, nesses tempos de "pós - modernidade - líquida"...

Ai minhas deusas! Vou devorar esse livro!