Pão com nata e Chimia
Quem já
provou sabe o valor e o sabor de um pão fresquinho da colônia, coberto de nata
e Schmier, a nossa popularizada “Chimia”,
para quem mora em regiões do País, onde há descendência de alemães. Uma espécie
de geléia dos mais variados sabores, que fica muito bem “casada” com a nata do
leite, óbvio.
Pois bem, eu
estava num desses momentos numa casa do interior (meio rural), bem na hora de
um café colonial, onde além de bolachas, queijos, ovos, conservas, bolos
fresquinhos, salames e morcelas (queijo de porco), tinha nata e chimia a
vontade para passar no pão. Eu dizia que não tinha nada melhor. Falava isso
para umas crianças dali.
Carlos estava
se sentando à mesa, achando tudo fantástico, aquela ocasião, para ele um tanto
pitoresca. Todos nós estávamos ansiosos pelo café da tarde, que parecia uma
refeição dos Deuses. Além dos pequenos tinha também "crianças
grandes" ao redor. Todos com água na boca.
Há momentos
nos sonhos em repouso, em que as conexões são tão irreais que não é possível
fazer uma leitura da realidade fantástica, na maioria das vezes, quando
queremos nos recordar deles, por serem tão surreais. Então é preciso usar da
imaginação e com muita criatividade trazer o que foi vivido em sonho, para
entender seu significado. Se é que sonho precisa ter necessariamente um
significado.
O que temos
para hoje, nessa ultima série das “Psicografias de Morfeu” é esse cenário
bucólico, que agradeço ao Deus do Sono, por me proporcionar tamanha dádiva.
Costumo dizer que recebo os contos, quase que meio prontos uriundos dos meus
sonhos, depois que deito em “berço esplêndido”.
Continua a “cena”
em que uma tia, que me dedicava muita atenção, disse que nós podíamos nos deitar
no chão para assistir filmes com as primas. Ela colocou um edredom estampado
sobre nós, por que estava meio fresquinho o tempo.
Pão com nata
e chimia. Não há nada tão bom na colônia como essa iguaria. Ela ainda me fez um
café com leite numa xícara grande. Aquelas que se vendem em loja de utensílios
para presente, e são importadas da China. Era um momento muito especial e
acalorado de confraternização em família e amigos.
Lembro com
alguma nitidez, que em dado momento éramos todos crianças, e fazíamos
peraltices comuns da infância. Foi quando um priminho, o mesmo Carlos, que
anteriormente era adulto, veio correndo em nossa direção com o seu lanche na
mão. Só que vinha muito rápido, que caiu e bateu com as costinhas no chão. Mas
antes que todos pudessem se assustar ou cair na gargalhada, ele se levantou
num pulo logo dizendo – “Dirubei” o salame, mas o pão com nata e chimia eu
salvei!
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