Versejar é preciso

Sol, papel e caneta

Adeus, vida besta!
Assim falo eu. Tenho pressa.
Quero sol, papel caneta...
Adeus, vida besta. Adeus!

Não dou sorte no amor
E para negócios, não levo tino.
Dentro, em mim, há um menino,
Que nasceu pra ser poeta.

Tchau! Vou nesta.
Ter, ou não, pouco me importa.
Vibra doce, em minha aorta
Violas, flautas e serestas.

Adeus, vida besta!
Eis o que digo, eis o que faço.
Basta. Solte o meu braço.
Ir, é o que me resta.

E aqui vou eu:
Nada como estar  ao pé da letra.
Quero sol, papel e caneta...
Adeus, vida besta. Adeus!

restos mortais de um poema
perdem a calma na alma da mão:
o dia em taquicardia: a hora da criação.

M. Magno Mendonça
(A OBRAEMBRANCO)

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