Versejar é preciso



Dia de poesia

Decreto que hoje, quarta-feira
É Dia de Poesia
Rimada e desrimada 
Perdida ou encontrada
É Dia de poesia 

A poesia louca e rota
Um quê de alma penada
Um sussurro de espíritos 
Um murmúrio e suspiros
Ouço passos na escada

Ela vem bem sorrateira
Que é de perto que ela fala
Pra dizer devagarinho
Grita, pragueja, destrata
Nem na garganta se cala

Os deuses ditam pra mim
Ou são os diabos alados
E um anjo meio bobo
Vem tocando um violino
Anunciando seu pecado 

Rima sua desgraçada 
Cadê a sua cadência 
Onde foi parar a decência
A métrica enlouquiçada
Caiu em decadência 
Ou foi morta a pauladas

Eu to aqui
Diz eu to aqui
Bem viva e malvada
Não quero saber de ti
Nem quero saber de nada
Sou a quela que tu grita
A poesia desrimada.

R. Bitenca


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