Poemas rasgados


Daquilo que quebra no mar

Aquilo que nos importa
Aquilo que nos destrói
De tudo um pouco que sobra
O nada que nos constrói 

Rasguei-me toda por dentro
Jorrei o sangue por fora
Cortei os pulsos da vida
Chamei de filhos daquela
Pensei que era hora e não era
Despi-me e saí porta a fora

Chorei por baldes de sangue
Ferida que não cicatriza
A dor que não vai embora
O sentimento que teima
Me fiz refém de mim mesma
E um choro sentido maldito naquela hora

Aquilo que a gente carrega
É algo que já se aprende
Pelas mazelas da vida
Se sente, se sofre, se guia
Mas por que, que ainda surpreende
Se há tanta dor repetida

O que era aquilo
Que era sol e era dia
Era templo de ousadia
Daquilo que quebra no mar
Hoje queima, por entre cada célula
Cada entranha de céu da boca
A pulsar...

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