Poemas rasgados

Idas

Em meu tinto amor desnudo
Vi meu corpo em pleno nu
Vi meu ser esplendoroso
Me senti soneto cru

Vi em mim, vi em você 
Percebi que os rostos são 
Cada qual tenro teor
Um gesto de ser humano
Que não seja um pouco amor

Nem espero, nem espectro
Por que fujo sorrateira
O que eu quero nem tem Beira
E minha rima sempre louca
Se minha terra beija
O meu grito geme rouca

Bebo do meu próprio sangue 
Verto lágrimas de riso 
Não ando, corro léguas 
Cruzo a pinguela do tempo
Chego primeiro nas trevas
Carrego a cereja do bolo

Não mais, não mais
Quero vida, o que é?
Será que ela bem para cá...
Teremos imenso prazer
Bem-vindos a Gaia Noir!
R. Bitencourt 


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