Psicografias de Morfeu
Um sonho de mãe
Hoje estou vivendo um daqueles dias que se estivesse dormindo e sonhando, é um sonho em que a gente nem quer acordar.
É verão do lado de cá do Equador, é Janeiro. Tarde de uma quarta-feira de aconchego na casa. Cai uma chuvinha mansa de purificação da alma. Por isso hoje as Psicografias de Morfeu não traduzem o sonho em repouso, mas o sonho em vigília, mas não gosto dessa palavra por que dá a impressão de estarmos vigiando algo.
E eu me peguei mesmo que por uns instantes, a observar meu filho dormindo no colchonete na sala de casa. Ele veio passear uns dias das férias da faculdade (estuda na Universidade Federal da Capital) e está nos visitando, no caso, eu, a mãe, os avós e irá também visitar o pai que mora numa cidade próxima à nossa.
Tudo isso me vem ao pensamento nesses instantes em que olho meu único filho dormir até mais tarde do dia, por que não se deve determinar horários para quem está de férias...
Como é belo o sono dos filhos. Lembrei que quando ele era criança, até mesmo bebê, a quantia que era bom ver aquele serzinho dormindo, a calmaria, o ronquinho suave e demorado, a despreocupação daqueles momentos e até o cheirinho de filho, sim, os filhos tem um cheiro característico que a gente não esquece jamais.
Escuto seu ronco, agora de um rapaz crescido, um homem feito, mas que pra gente ainda guarda ares de menino. No sorriso, no olhar, na maneira de tratar a mãe e os avós, embora já tenha a clareza das próprias ideias, a capacidade de discernir os acontecimentos de um tempo um tanto nebuloso, atribulado no País e no próprio Estado.
Mas ao mesmo tempo, é tão bom quando o estado das coisas da gente se encontra na plenitude de sua conservação, na calmaria de cidade pequena do interior, a província como eu chamo e, me pego a pensar que estamos por outro lado, nos melhores dias da nossa vida, afinal tenho junto de mim, mãe e pai, embora já idosos, na classe dos oitenta, e naquele momento todos estão descansando em seus berços nem tão esplêndidos assim, mas cada um tem seu cantinho.
E eu queria naquele momento que o tempo parasse ali. Como um sonho bom que a gente nem quer acordar.
A tranquilidade de poder apreciar esses momentos plenos da vida, o que me faz pensar que essa é realmente a felicidade.
O filho crescido da gente a repousar num colchonete da sala, por que o quartinho destinado na casa pra ele recebeu durante a madrugada a visita de um sapo, e não sei se fora pra deixar o pobre anfíbio em paz, se havia retirado de lá a vassouradas e temia que o bichinho voltasse, mas o fato é que nada disso tinha importância como o filho naquele estado de graça.
Melhor ainda do que isso é aquela chuvinha mansa, o filho acorda e lembra que tínhamos combinado de assistir a um filme na Netflix, e ele ainda pergunta o que a gente sugere ou tem ideia de assistir.
E a gente corta um pedaço de bolo formigueiro, que fez para o filho, mesmo que seja bolo de pacote, como se diz da mistura industrializada, que se compra nos mercados e supermercados, é bolo igual, isso que importa.
E aí tu te lembras daquele teu amigo virtual, um moço que eu considero de uma mente evoluída, desses seres que não vieram ao mundo só pra fazer volume, se queixar dos cuidados da mãe que lhe entrega tudo pronto, comidinha, roupinha lavada, enfim, provê as suas necessidades mais básicas, ao que ele reclama querer mais independência. E e eu tento tranquilizá-lo, e ele mesmo acaba constatando que a mãe não faz isso por mal, por que todas as mães do mundo, as mães de verdade, querem que o filho nunca cresça, querem protegê- lo e mimá-lo como a criança grande que dorme num colchonete na sala.
Hoje estou vivendo um daqueles dias que se estivesse dormindo e sonhando, é um sonho em que a gente nem quer acordar.
É verão do lado de cá do Equador, é Janeiro. Tarde de uma quarta-feira de aconchego na casa. Cai uma chuvinha mansa de purificação da alma. Por isso hoje as Psicografias de Morfeu não traduzem o sonho em repouso, mas o sonho em vigília, mas não gosto dessa palavra por que dá a impressão de estarmos vigiando algo.
E eu me peguei mesmo que por uns instantes, a observar meu filho dormindo no colchonete na sala de casa. Ele veio passear uns dias das férias da faculdade (estuda na Universidade Federal da Capital) e está nos visitando, no caso, eu, a mãe, os avós e irá também visitar o pai que mora numa cidade próxima à nossa.
Tudo isso me vem ao pensamento nesses instantes em que olho meu único filho dormir até mais tarde do dia, por que não se deve determinar horários para quem está de férias...
Como é belo o sono dos filhos. Lembrei que quando ele era criança, até mesmo bebê, a quantia que era bom ver aquele serzinho dormindo, a calmaria, o ronquinho suave e demorado, a despreocupação daqueles momentos e até o cheirinho de filho, sim, os filhos tem um cheiro característico que a gente não esquece jamais.
Escuto seu ronco, agora de um rapaz crescido, um homem feito, mas que pra gente ainda guarda ares de menino. No sorriso, no olhar, na maneira de tratar a mãe e os avós, embora já tenha a clareza das próprias ideias, a capacidade de discernir os acontecimentos de um tempo um tanto nebuloso, atribulado no País e no próprio Estado.
Mas ao mesmo tempo, é tão bom quando o estado das coisas da gente se encontra na plenitude de sua conservação, na calmaria de cidade pequena do interior, a província como eu chamo e, me pego a pensar que estamos por outro lado, nos melhores dias da nossa vida, afinal tenho junto de mim, mãe e pai, embora já idosos, na classe dos oitenta, e naquele momento todos estão descansando em seus berços nem tão esplêndidos assim, mas cada um tem seu cantinho.
E eu queria naquele momento que o tempo parasse ali. Como um sonho bom que a gente nem quer acordar.
A tranquilidade de poder apreciar esses momentos plenos da vida, o que me faz pensar que essa é realmente a felicidade.
O filho crescido da gente a repousar num colchonete da sala, por que o quartinho destinado na casa pra ele recebeu durante a madrugada a visita de um sapo, e não sei se fora pra deixar o pobre anfíbio em paz, se havia retirado de lá a vassouradas e temia que o bichinho voltasse, mas o fato é que nada disso tinha importância como o filho naquele estado de graça.
Melhor ainda do que isso é aquela chuvinha mansa, o filho acorda e lembra que tínhamos combinado de assistir a um filme na Netflix, e ele ainda pergunta o que a gente sugere ou tem ideia de assistir.
E a gente corta um pedaço de bolo formigueiro, que fez para o filho, mesmo que seja bolo de pacote, como se diz da mistura industrializada, que se compra nos mercados e supermercados, é bolo igual, isso que importa.
E aí tu te lembras daquele teu amigo virtual, um moço que eu considero de uma mente evoluída, desses seres que não vieram ao mundo só pra fazer volume, se queixar dos cuidados da mãe que lhe entrega tudo pronto, comidinha, roupinha lavada, enfim, provê as suas necessidades mais básicas, ao que ele reclama querer mais independência. E e eu tento tranquilizá-lo, e ele mesmo acaba constatando que a mãe não faz isso por mal, por que todas as mães do mundo, as mães de verdade, querem que o filho nunca cresça, querem protegê- lo e mimá-lo como a criança grande que dorme num colchonete na sala.
Boa Noite !
ResponderExcluirCom uma narrativa agradável e envolvente vc demonstrou todo o seu carinho e afeição pelo filho.
A partir de hoje serei seu leitor assíduo.
Bjs gauchinha !!!
Muito agradecida Emanuel. O prazer, a satisfação é de escrever o que a gente gosta e assim agradar aos leitores.
ExcluirArrasou amiga....o amor por um filho é um amor sem limites medidas é lindo demais...pena que eles crescem e ao mesmo tempo é bom ver eles trilhando seus caminhos,.bjos
ResponderExcluirEu quis transpor esse carinho especial que temos por nossos rebentos. Esse amor de Mãe incondicional
Excluir...[A tranquilidade de poder apreciar esses momentos plenos da vida, o que me faz pensar que essa é realmente a felicidade]...
ResponderExcluirLindo d+
Obrigada Celso, pelo carinho, que bom que gostou...
ExcluirO fundamental é que, na ausência da mãe e seus cuidados - na inevitável ausência da mãe e seus cuidados -, o filho possa também ser sujeito de si mesmo, e não fique órfão de uma dependência incapacitante... eis o cerne da minha preocupação. Belo texto, Rose - e agradeço pela referência à distância... um beijo
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