Rebosteio.com
“Eles
sabem o que tá certo, mas preferem o que dá certo”
Isso foi dito, escrito por um baita cara, Anderson
França, o Dinho, escritor e roteirista carioca, do subúrbio, autor de “Rio em
Shamas” (já está na lista de livros para eu ler este ano), num contexto bem
amplo, inclusive sobre o que eu me nego a reproduzir, muito por que, o MUNDO já
sabe do discursinho infame – nazista do agora ex- Secretario, da Cultura,
pasmem, do País.
Eu me pauto mesmo na área das artes, mais
precisamente da musicalidade quase perdida nesse nosso País multicor.
E para isso eu quero fazer uma pergunta a vocês,
ilustríssimos seres que estão me lendo aqui. – O que faz vocês gostarem de músicas
sertanejas, como essas que tocam nas paradas de sucesso? E se esses “artistas”
aí sabem o que está certo, por que preferem cantar o que DÁ certo?
Troco ideia com um amigo que eu considero muito
culto e inteligente, que eu preservo há mais de uma década, senão duas, e ele
em seguida me responde a primeira indagação, – massificação cultural...
E quando é que essas “músicas” se transformam em
sucessos de audiência e de público por pessoas de todas as classes e níveis
sociais? Sim, por que até crianças da Pré-escola ou do Jardim de infância sabem
cantar direitinho.
Mas houve tempos em que a “parada” era outra... Por que
sucumbimos? E meu amigo se apura na resposta, – repetição, repetição,
repetição, repetição, repetição, repetição. Diz isso como que demonstrando como
esse fenômeno acontece na prática, ou eu diria na práxis.
E a “massa” curte essas músicas apenas por que são
fáceis de cantar? Eu não sei. Mas “eles” sabem. Será que embrutecemos, ficamos
mais “burros”?
Daí me ocorre que essas são “músicas de consumo”.
Como consumir uma pizza, por exemplo. São poucos os que sabem saborear uma
Pizza, a maioria apenas consome, engole, deglute, aliás, como tudo o mais;
depois fazem merda (o trocadilho nem foi de propósito, escapou). É o resultado
de tanta “consumição”.
Aí eu me lembro de ter assistido, acho que no “show
da vida”, como de fato, são criadas essas músicas/letras. Sim, é claro, são
fabricadas em ritmo industrial, como peças, utensílios, objetos e
quinquilharias made in China ou
Paraguay, só que no Brazil, zil.
E como tal, só poderia ser esse o resultado –
canções que vendem e vendem muito. Para depois serem descartadas e assim
sucessivamente substituídas por outras ainda mais descartáveis.
É aí que percebo que meus tempos sempre foram outros.
E nessa hora meu amigo me sugere assistir ao documentário, “Quanto Tempo o
Tempo Tem”. E é isso que vou fazer, por que, tenho tempo a perder, e ganhar em
conhecimento com o que realmente importa.
Grata pela atenção, eu vôo indo.
“Temos todo o tempo do mundo”...
Texto de Rose Bitenka
Texto de Rose Bitenka
Não estou nas melhores condições de tecer comentários muito elaborados, mas creio que teu amigo esteja correto no diagnóstico de como o gosto é fabricado e pulverizado feito agrotóxico sobre a sociedade. Minha dúvida reside em saber de que forma combater essa lógica de forma eficiente. Penso que o Anderson França errou feio ao qualificar de "nazistas" uma dupla de cantoras sertanejas dessa geração mais recente, em função do silêncio desses segmentos artísticos frente à manifestação do ex-Secretário da Cultura do Bozo. Esse tipo de adjetivação agressiva é antipedagógico e antipático à maioria do povo, que sequer tem a devida dimensão do que significa ser de fato nazista. Não se pode banalizar certos termos. Mas enfim, acho que desviei do assunto do post. Não estou na minha melhor forma para comentar. Mas teus posts são muito inteligentes e bem escritos, Rose. Um abraço do Vini.
ResponderExcluirAgradeço tua abordagem, Vini, pq tbm não concordei com tudo que o Anderson França falou, acho que isso é pauta pra outro texto até. Agradeço tua contribuição no meu humilde bloguinho...
ExcluirGostoso de ler. Estamos uma sociedade de consumo, valemos o que consumimos, mas, podemos mudar as relações. Beijo
ResponderExcluirConcordo contigo Mário, podemos mudar esse comportamento e talvez comece por acesso a cultura e Educação.
Excluir