Poemas rasgados


Pelo que luto


Quando estoura a carne

Quando salva o boi

Quando geme forte

O grito já se foi

É tudo que nos resta rapaz

Uma dor magoada que dói

Um peito choroso que rasga

Uma alma qualquer sua é nada

É violento isso tudo aqui

É por nós, é por mim e por ti

Foi por eles que versejamos

Foi por todos que lutamos

E agora Marias?

E agora Josés?

Para onde vamos?

“Tamojunto” e somos todos

Alguma coisa.

Por qual lutamos agora?

Sim, militar pra mim é verbo

E “quem sabe faz a hora”

Não estamos acostumados

A esperar acontecer.

Resta-nos saber

Até quando, meu Deus?

Essa gente babaca e covarde

Vai parar de surtar

E dizer nada

Que faça sentido

Mas ainda assim,

Nós vamos dizer com a limpa consciência

Que temos na memória

Sim, com todas as forças do bem

Com a certeza, com a convicção,

De estamos do lado certo da história.


Rose Bitencourt


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